Amílcar Cabral, reconhecido como o segundo maior líder mundial de todos os tempos pela BBC. Em 2020, historiadores convidados pela emissora britânica elaboraram uma lista que destacou Cabral, ideólogo das independências da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, como uma das figuras mais influentes da história global.
Marcos das ações de Amílcar Cabral, apresentados de forma cronológica, conforme os dados expostos no Memorial Amílcar Cabral, na cidade da Praia.
1924 - Nascimento
Em 12 de setembro de 1924, nasce em Bafatá, na Guiné-Bissau, Amílcar Lopes Cabral, um dos mais influentes líderes da luta pela independência da África. Filhos de pais cabo-verdianos.
1932 - A mudança para Cabo Verde
Ainda criança, em 12 de setembro de 1932, muda-se com a família para a ilha de Santiago, em Cabo Verde. Mais tarde, estuda no Liceu de São Vicente, onde começa a destacar-se academicamente.
1950 - A formação académica e o início da militância política
Cabral conclui o curso de Agronomia em 1950, período em que se envolve em atividades políticas. Participa na Casa dos Estudantes do Império e no Centro de Estudos Africanos, ambos espaços de grande relevância para o movimento de libertação africano.
1952 - O regresso à Guiné-Bissau
A 20 de setembro de 1952, Amílcar Cabral retorna à Guiné-Bissau como contratado pelo Ministério do Ultramar. Ele lidera o recenseamento agrícola do país, uma experiência que o aproxima ainda mais das realidades do povo guineense.
1955 - Conscientização e agronomia em Angola
Durante este período, Cabral desenvolve atividades de consciencialização junto aos povos da Guiné e realiza trabalhos como agrónomo em Angola.
1956 - Fundação do PAI
A 19 de setembro de 1956, em Bissau, é criado o Partido Africano da Independência (PAI), que mais tarde adota o nome PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde).
1958 - A criação do MAC
Cabral lidera a fundação do Movimento Anti-Colonialista (MAC), reafirmando sua luta pela independência.
1959 - Massacre do Pidjiguiti
Em 3 de agosto de 1959, ocorre o Massacre do Pidjiguiti, um marco na história da resistência guineense contra o colonialismo português.
1960 - Instalação em Conacri e alianças internacionais
Após deixar Lisboa definitivamente, Cabral instala-se com a família em Conacri, na Guiné, e funda a Frente de Libertação da Guiné e Cabo Verde (FLGC). Participa ainda na 2ª Conferência dos Povos em Túnis, onde é criada a FRAN.
1963 - O início da luta armada
A 23 de janeiro de 1963, tem início a luta armada com o ataque ao quartel de Tite. Em julho, abre-se a Frente Norte, ampliando o alcance da resistência.
1964 - Avanços militares e organização política
Entre janeiro e março, acontece a Batalha da Ilha de Komo, com tropas portuguesas sendo rechaçadas. Em fevereiro, ocorre o 1º Congresso do PAIGC em Cassacá, e, em novembro, são criadas as primeiras unidades do Exército Popular e aberta a Frente Leste.
1965-1970 - Lutas, vitórias e reconhecimento internacional
Em 1965, a ONU realiza uma missão nas regiões libertadas. Em 1966, Cabral participa na 1ª Conferência da Tricontinental em Havana. Nos anos seguintes, intensificam-se as ações militares e diplomáticas, incluindo o ataque ao aeroporto de Bissalanca (1968) e a criação das Forças Armadas Revolucionárias Populares (FARP).
1971-1972 - Consolidação da luta
Em 1971, a ONU aprova uma resolução apoiando a independência da Guiné-Bissau e de Cabo Verde. No ano seguinte, Cabral representa o povo guineense na Assembleia Geral das Nações Unidas.
1973 - O trágico desfecho
Em janeiro de 1973, Amílcar Cabral envia sua última mensagem de Ano Novo, destacando a importância do pensamento estratégico para agir. Em 20 de janeiro, é assassinado em Conacri, deixando um legado inestimável para os movimentos de libertação.